APRESENTAÇAO HISTORICO DO ASILO

APRESENTAÇÃO

Por Nizete Fonseca Lima

Dados fornecidos por Ary Moraes Primo

Vespasiano, 24 de abril de 2010

A falta de registros históricos em algumas instituições de Vespasiano, uma das quais podemos citar com grande pesar, é a exclusão da primeira em mais antiga escola do lugar, o nosso memorável, saudoso e querido ¨Grupo Escolar¨ Coração de Jesus. Não existe nada registrado em livro especifico: sua história, fatos acontecidos, fotos antigas de sua inauguração. Tenho conhecimento dessas fotos mas não sei com que estão. Nos livros de atas de reuniões dessa escola com certeza devem constar alguns fatos importantes desse educandário. O que também não sabemos até hoje o porque do encerramento, deixando de atender crianças e adolescentes que ai estudavam. Uma escola tradicional de inicio de Vespasiano , de ensino com alta qualidade, completando mais uma perda dentre várias de nosso lugar. Os arquivos desta escola estão guardados na Escola Estadual ¨Machado de Assis de Vespasiano. Ora vejam só!

Outro local importante que não possui também o livro histórico é o asilo de Vespasiano, o atual secretário deste asilo, Valter Giovane da Mata, também procurava saber a história deste asilo e a pedido dele comecei uma pesquisa com antigos moradores do lugar que participaram e vivenciaram do início da instalação do asilo. Sei que existe o livro de atas da Associação São Vicente de Paulo e que os vicentinos criaram juntamente com o padre José Senabre Sanroman esta instituição de ajuda aos idosos e desamparados, onde esperamos encontrar dados que citem datas, acontecimentos e modificações do antigo e atual asilo.

Recorremos ao senhor Ary de Moraes Primo, vicentino, que muito colaborou na organização e manutenção do asilo, que é também escritor com vários livros publicados, que se propõe escrever sobre esta instituição.

O senhor Ary fez um relato detalhado, declarando o início e realização de obras e das pessoas envolvidas que participaram. Apenas as datas é que deveriam ser procuradas nos livros da instituição para completar seu excelente e valioso documentário de forma imparcial, digno por possuir credibilidade dos fatos narrados e por ser esta pessoa reconhecida pela sua idoneidade. O que o senhor Ary nos esclarece traz muitas coisas que ficariam no esquecimento como as que muito contribuíram na concretização do prédio do asilo, pessoas que no anonimato colaboraram para que os mais necessitados tivessem um lugar seguro, de acolhimento aqueles que no final de sua vida recebem assistência em todos os sentidos terminando seus dias de forma digna.

HISTÓRICO DO ASILO DE VESPASIANO

Tudo começou em uma reunião da Conferência Nossa Senhora de Lourdes em um salão nos fundos da antiga casa paróquia (reunião semanal). O então vereador Fernando de Paula Drumond prometeu levar à Câmara Municipal a solicitação de doação do terreno para a construção do novo Lar dos Idosos. Participava da reunião Guilherme Rocha, Armelindo Rocha, João Silva (Dão),José Egídio Martins, Afonso José Izabel,Maria da Saúde (Lica),José Pereira e Ary de Moraes.Posta em discussão foi aprovada a idéia.Levamos ao conhecimento do Conselho que também aprovou.
A Câmara Municipal aprovou a doação de doze lotes à rua São Paulo entre as ruas Piauí e Ceará. Dias depois no mesmo local o conselho particular escolheu a comissão de obras e eu fui escolhido para liderar. Em outra reunião apresentei meu plano de trabalho. Escolhi meus colaboradores e atribui a cada um uma função. Nomeei um tesoureiro que não pertencia à Sociedade São Vicente de Paulo, tratava-se de Eldebrando Ramos Ribeiro, era gerente do Banco Agrimisa. Quando sofri as primeiras críticas.Elaboramos uma campanha porta a porta na cidade solicitando uma contribuição mensal através de cartelas. A aceitação da população foi apenas razoável. Tivemos a participação de quase toda sociedade. Arranjamos dois colaboradores, Afonso José Izabel (voluntário) e Fernando Martins Soares (comissionado).
Um dos principais doadores Carlos Murta , doou vinte sacos de milho que vendemos para o armazém do Zé de Lias , através do Cota.
Dr. Lúcio Pentagna Guimarães doou vinte caminhões com pedras e vinte de britas; Alípio Fonseca, Só Rei, marido de dona Cira, doou cem mil cruzeiros; Geraldo Lopes através de Sr. Nonô de Ingó vendeu cinco lotes que possuía em Vespasiano e doou o dinheiro de um e continuou contribuindo mensalmente com vinte cruzeiros.
Padre Geraldo da Cruz Viana conseguiu quinze mil tijolos em jaboticatubas por um preço bastante acessível.
A SOEICOM inicialmente doou cinqüenta sacas de cimento, Posteriormente atendendo a solicitação de uma comissão liderada por Dona Nila Faraj, Maria das Neves e Eldebrando, doou mais duzentas sacas; Eder Aleixo de Assis doou também cinqüenta sacas de cimento; Hélio Alves da Silva doava anualmente a arrecadação da caravana de Santos Reis; Evandro proprietário de uma fabrica de blocos conseguiu com seu fornecedor, seis mil quilos de ferros com vinte por cento de desconto do preço vigente no comércio. Conseguimos cinco caminhões de areia com meus colegas da SOEICOM ;
João Araújo além do desconto no preço também doou dois caminhões de areia; Jader Lages Bastos nos forneceu a planta (projeto) da construção gratuitamente; engenheiro João Carlos Ferreira da Aeronáutica nos deu o cálculo estrutural da obra; Udson Alvarenga além da sondagem conseguiu a perfuração de vinte e sete tubulões de oito metros de profundidade; o engenheiro Adalberto Alves do Carmo prestou toda assistência técnica na construção da fundação e alvenaria do primeiro pavimento; Nizio Salomão doou um padrão trifásico da modelo CEMIG; José Jorge Salomão (Bile), emprestou os painéis para a laje; Seis serralheiros nos doaram seis janelas de 1.50x1.20. O menor preço que quatro construtores cobrariam (feito solicitação) para a construção de toda a fundação era de hum milhão e setecentos mil cruzeiros. José Raimundo Nonato com a assistência do engenheiro Adalberto nos cobrou setecentos e cinqüenta mil cruzeiros.
Negociamos com a igreja o órgão eletrônico pela casa da rua São Vicente. Por direito ela pertencia a Sociedade São Vicente de Paulo. Optamos pelo acordo. Vendemos a casa para a Inês que morava nela desde o tempo do antigo presidente João Gomes da Silva conhecido por Tio João. Essa transação foi concretizada na gestão do presidente do conselho Martinho de Souza Viana. A igreja estava empenhada na construção da matriz e só nos deu alguma assistência espiritual. Nessas alturas houve um contato entre Guilherme Rocha e Daniel Fonseca. A COPAER que estava construindo o aeroporto em Lago Santa, assumiu o término da construção. Eu fui afastado da comissão de obras.
Tínhamos dividas e como havia caído bastante a arrecadação mensal, parcelamos as dividas e pagamos através do planejamento e competência do nosso tesoureiro Edelbrando Ramos Ribeiro.Posteriormente chegamos a ter saldo no banco. Só não encerrei em definitivo nossa campanha de arrecadação por causa da interferência do nosso tesoureiro que aplicava o dinheiro de forma rentável.
Iam fazer o piso cimentado, comunicaram somente ao Edelbrando. Fomos a Belo Horizonte compramos todo o piso parcelado com o aval de Petrônio Salomão. Fui criticado porque o piso era de segunda, mas era bom. A COPAER terminou a construção e a dotou de condições de funcionamento. Dizem que houve festa. Não havia condições de levar os idosos para a festa. O asilo não tinha muro de arrimo para segurar as rampas de terra, não havia passeios e lavanderia. Eldebrando conseguiu verba e assumimos toda a construção que faltava. Martinho liberou uma verba de subvenção do Estado na caixa do conselho. Iêda Fagundes realizava shows dançantes no salão do asilo velho para arrecadar verba. Sempre estava presente.
Fui chamado para solucionar um problema, pois um forte temporal descobriu todo o telhado do asilo novo. Telefonei para o Petrônio Salomão que mandou todo o material. O então prefeito Luiz Issa usou parte de uma verba recebida para sanar um problema em outra localidade. Com isso ganhamos os materiais. Dona Ilca Fernandes Viana assumiu a administração do Lar dos Idosos. Quando afastei-me definitivamente, por ter sido eleito presidente do conselho não podendo conciliar as duas atividades pois a responsabilidade era muita. Aproveitei fazendo modificações no regulamento da sociedade , transferido a sede para o asilo novo. Legalizei toda a documentação e o Dr. Flavio Ribeiro foi o orientador. Durante a minha gestão fomos campeões de arrecadação de todos os conselhos que aqui passou. Fui taxado de presidente financeiro. Dona Ilca foi uma extraordinária colaboradora, tendo como braço direito no conselho Edelbrando que fazia parte da comissão de obras.

COLABORADORES :
Dona Nila Faraj ,Dona Cira Ferreira, Guilherme Rocha,João Silva (Dão) , Maria das Neves, Afonso José Izabel, Beni André , Maria Cornélia, Iêda Fagundes ,. Em escala menor toda a sociedade São Vicente de Paulo. O asilo velho foi demolido sem ajuda de empregado, foi vendida as telhas e os tijolos para Vinicius Salomão e as ferragens para Petrônio. No que ficou construímos um barracão de quatro cômodos e alugamos para Adelzito. Reformamos o salão colocando porta de ferro com grade nas janelas, aproveitando construímos uma área ao lado para ser utilizado para eventos e promoções.

OUTROS COLABORADORES :
José de Souza Viana, Antônio de Souza Viana, Daniel Araújo, Inês Araújo que tinham uma padaria e doavam os pães, Alonso que tinha uma padaria sempre que solicitado também fazia doações, Cota Fonseca doou um portão de ferro de dois metros por um e meio. Ovídio Paula Azevedo que trabalhava na DEMAG doava carne para o asilo até o final da gestão de Sr. Ary. No asilo só trabalhava voluntários, remunerado somente a cozinheira. João Gomes da Silva ( tio João ) e sua equipe foi quem começou tudo, ele liderou com sua equipe na construção do asilo velho.

EX-PRESIDENTES :
Dumas Chalita;
Ramiro de Souza Viana;
Francisco Viana (Quito);
Luiz Miranda;
João Gomes da Silva;
Ilca Fernandes Viana;
Guilherme Rocha;
Martinho de Souza Viana;
Ary de Moraes Primo;
Raimundo Viana (Nem);
Geraldo Magela Soares;
Maria das Neves;
Valderez Maria Dada de Oliveira;
Ieda Fagundes;
Adirson de Oliveira.
João Francisco de Oliveira.